CELLY CAMPELLO - O Amor É Azul (L’amour Est Bleu) (Popp / Cour / Vs. Geraldo Figueiredo) - LP jun/68
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CELLY CAMPELLO
(Célia Campelo Gomes Chacon)
18/6/1942, Taubaté, SP - 03/03/2003, São Paulo, SP
Há doze anos perdemos, aos 61 anos, uma precursora do rock nacional, que despontou na MPB bem antes da Jovem Guarda. Celly Campello morreu em março de 2003, de câncer. Há tempos já estava afastada da carreira. Em 1962 deixou os palcos e as gravadoras e se casou com o contador José Eduardo Gomes Chacon, com quem namorava há cinco anos, desde os 14. Contudo, no período em que esteve na ativa, Celly fez história. Não havia baile no qual sua voz não reinasse absoluta, em meio a risinhos, olhares e em Taubaté, cidade do interior de São Paulo, quando criança estudou piano, violão e balé. Ainda com seis anos apresentou-se na rádio local, chamada Cacique, e aos 12 anos já tinha um programa próprio. Em sua cidade natal cantou em um grupo amador, o Ritmos OK. Foi a primeira artista brasileira a obter sucesso mercadológico cantando rock no Brasil. Em 1958, com apenas 15 anos lançou o seu primeiro compacto em companhia do irmão Tony Campelo, cantando “Belo rapaz (Handsome boy)“ (Mário Gennari - Celeste Novaes), sendo a outra face do disco cantada por ele. No mesmo ano estreou na televisão, participando do programa da TV Tupi, “Campeões do disco“. No mesmo ano lançou seu segundo disco, cantando “Devotion“, fox de Otto Cesana e “O céu mudou de cor“, beguine de Mário Gennari Filho e Ed Rossi, pela Odeon. Em 1959, passou a apresentar com o irmão o programa “Celly e Tony em hi-fi“, pela TV Record de São Paulo (SP). No mesmo ano lançou outro compacto com as músicas “The secret“ (J. Lubi e J. Roth) e “Estúpido cupido (Stupid cupid)“ (Neil Sedaka e H. Greenfield, com versão de Fred Jorge). O disco alcançou grande vendagem e muitas execuções nas rádios, o que a transformou na nova estrela da música jovem. Ainda no mesmo ano lançou os discos, que traziam os sucessos “Túnel do amor“ (Have lips, will kiss in the tunnel of love)“ (Patty Fisher - Bob Roberts - vers. Fred Jorge) e “Lacinhos cor de rosa (Pink shoe laces)“ (M. Grant, e versão de Fred Jorge). Em seguida, lançou seu primeiro LP, “Celly Campelo é a nova sensação dos brotos“, e assinou contrato com a rádio e TV Record. Participou de dois filmes - Jeca Tatu (dirigido por Milton Amaral, 1959) e Zé do Periquito (dirigido por Mazzaropi e Ismar Porto, em 1960). Em 1960 recebeu o troféu Roquete Pinto de cantora revelação e o troféu Tupiniquim de revelação feminina. No mesmo ano alcançou grande sucesso com as músicas “Banho de Lua (Tintarella di luna)“ (Fillipi e Migliacci, com versão de Fred Jorge) e “Broto legal (I´m in love)“ (H. Earnhart, vers. Renato Corte Real). Alcançou o auge da popularidade sendo aclamada como “A namoradinha do Brasil“. Recebeu elogios de Tom Jobim, teve a boneca “Celly“ lançada pela Trol e o chocolate “Cupido“, pela Lacta. Gravou ainda jingles para a Monark e a Toddy. Em 1961 foi eleita “A rainha do rock“, em votação promovida pela Revista do Rock, com mais de 40 mil votos. No mesmo ano apresentou-se com o irmão Tony e com o cantor Pery Ribeiro na rádio Mayrink Veiga. Ganhou ainda vários prêmios, entre eles quatro vezes o Troféu Chico Viola (1959, 1960, 1961, 1962, este em conjunto com Tony Campelo), duas vezes o Troféu Roquette-Pinto (1959, 1960 e 1961) e também uma vez o Troféu Disco de Ouro, todos no período de 1959 até 1962, ano em que decidiu abandonar a carreira para se casar com o contador José Eduardo Gomes Chacon, no dia 8 de maio de 1962, com quem teve dois filhos, Cristiane e Eduardo. Em 1968 gravou o disco “Celly“ que não fez sucesso, com “Meu pranto a deslizar (As tears go by)“ (Mick Jagger - Keith Richards - Andrew Oldham - vers. Fred Jorge). Voltou a se reapresentar em público 10 anos depois no Festival de Música Popular de Juiz de Fora. Em 1976 voltou às paradas de sucesso com a música “Estúpido cupido“, que virou tema de novela do mesmo nome, na Tv Globo. Devido ao estrondoso sucesso da novela, retomou a sua carreira e gravou um disco e vários compactos pela RCA. Também se apresentou no mesmo ano na série de shows “Cuba-libre em hi-fi“, realizado na Boate Igrejinha, em São Paulo (SP). Espetáculo que contou com a participação de vários artistas de sucesso da sua época, entre os quais seu irmão Tony Campello, Ronnie Cord e Carlos Gonzaga. Em 1996 foi diagnosticado câncer de mama na cantora, e a cantora pensou ter vencido o câncer logo assim que a doença se manifestou, fazendo cirurgia e tratamento de quimioterapia. Em 1998, porém, a moléstia voltou a se manifestar, em uma das costelas da cantora, atingindo a pleura (membrana que recobre os pulmões), vindo a cantora a falecer em março de 2003. – Na Cidade de Piracicaba – Um Logradouro Em sua homenagem.
Vasta discografia seus LPs da Grav. Odeon todos relançados. em Cd.
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