Quando em 1978, recém chegada do meu “Matão”, ainda com poucos amigos em SP, conheci o grande e querido maestro Claudio Leal Ferreira. Ele me disse: olha, tem um amigo meu compositor que precisa de uma cantora para apresentar a música dele no Festival Universitário do Teatro Tuca. Eu aventureira quis logo conhecê-lo. Chegamos em um lugar descolado na Cardeal Arco Verde, na época casa de uma cantora interessante, minha futura amiga Eliete Negreiros.
Foi nesse instante que conheci o instigante Arrigo Barnabé. Moço agitado com um jeito diferente de tocar piano, praticamente batendo nele. Eu, aquela menina de trancinha, meio hippie, meio cabocla, cantava a natureza com minha craviola, estava prestes a gravar o primeiro LP com meus irmãos.
Ouvi a música dodecafônica atonal e maluca do Barnabé e pensei: nossa, será que eu dou conta? Mas com o meu ouvido afiado, aprendi logo a música, que tinha uma letra difícil. E lá fomos